terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Carta aberta a D'Zrt

Obrigada aos D'Zrt por finalmente se retirarem do panorama musical. Eu era bem menina de ir ao vosso último concerto do dia 3 de Fevereiro no Pavilhão Atlântico, só em forma de agradecimento por se aperceberem de que são uma nódoa na música portuguesa e uma péssima influência para as adolescentezinhas que concerteza jorrarão lágrimas sentidíssimas por todo o Fevereiro.
Tinha esperanças que lá para Março já ninguém se fosse lembrar de vocês. Mas confesso que nem eu própria esquecerei tão facilmente assim da vossa falta de jeito para a música, por isso ficarei atormentada com as memórias vossas por duros anos da minha existência.
Agora, pedia-vos, tenham decência. Uma capa de uma revista cujo nome nem vale a pena divulgar trouxe a público que o membro da banda Paulo Vintém quer seguir uma carreira como actor. (O Paulo Vintém é aquele com as ripinhas descaídas sobre a face, tapando-lhe os olhos e, felizemente, parte da cara, que interpretava o Topê - amigalhaço dessa outra bela personagem, Zé Milho- ns célebre novela Morangos com Açucar. Atenção que utilizei a expressão "interpretar" em vez de "representar". Não que interpretar se adeque e todo àquilo que ele (como quase todos estes "actores" dos Moranguitos lol)... mas representar é que aquilo não era de certeza!
Ora, meus caros, quem não sabe sequer representar fica quietinho em casa e dedica-se a outra área; não afirma que quer ser actor... Não te aconselharia, Vintém (que nome é este?), a ser actor nem cantor, porque não tens capacidades para nada disso. Cada um nasceu para alguma coisa. Deves ter ouros talentos! Cabeleireiro também não te aconselho. Nem modelo, nem playboy... Pá, experimenta coisas novas! Sabes lá se não nasceste para a costura? Não é mal nenhum! Mas, por favor, não te dediques a áreas em que possas eventualmente aparecer na imprensa... se fosse a ti, preferia esconder-me da vergonha.
Já tu, o tal Zé Milho, não sei o que devias fazer. O que quer que faças, alerto-te: faz um penteado decente! Uma crista na cabeça, o nome Zé Milho e dentição de cavalo não combinam.
Depois, o Angélico. O "black" com "buéda estilo". Tás enganado, mano! Eu bem te vi, a ti e à tua também famosérrima namorada "cheia da estilo"... Esses "caps" e a cena "yô yô tá-se bem dread" com a mania que são estrelas não abona a vosso favor! Queriam passar-me à frente na fila para o avião, não era? Mas no Brasil, meus amigos, ninguém vos conhece... Bem que foram para o fundo da fila, que o segurança mandou... O casal maravilha, vindo provavelmente dalgum lugar como a Amadora ou a Musgueira, decidiu ainda levar o seu cãozinho à Paris Hilton dentro de uma gaiolita cor de rosa. E ali aos "meles" para quem quisesse assistir. Mesmo do tipo "hey paparazzi!, catch me!". Foi aí que guardei a máquina, não fosse eu cair nesta bola de neve da parolice.
Mas estou a divagar... Angélico "nigga yô"... és um broeiro! E, tu também, corta esse cabelo encaracolado oleoso.
Edmundo, tu que participaste na Operção Triunfo em tempos. Até cantavas mais ou menos, coitadito... mas acabaste de te suicidar no mundo da música! Vais ter que descobrir novos talentos e talvez tentar falar mais um bocadinho e tirar esse constante sorriso pateta da cara.
Okay, eu sei que divaguei, divaguei, divaguei.... No fundo, o que eu queria aqui dizer era apenas: Adeus, D'Zrt! Até mais não!

domingo, 27 de janeiro de 2008

A Dúvida

Terminam hoje as noites que mergulharam o Teatro Viriato, em Viseu, numa enorme dúvida. Ou num rol de dúvidas incontornáveis para as quais nos alertou John Patrick Shanley, numa peça posta em cena por Diogo Infante, Eunice Muñoz, Isabel Abreu e Lucília Raimundo - A Dúvida - encenada por Ana Luísa Guimarães.
Tudo se passa num colégio de Bronx, em que Diogo Infante faz de padre e lecciona. Um homem virado para a religião que não partilha exactamente de todos os ideais típicos da religião católica. Eunice Muñoz representa a madre-superiora com funções de direcção do colégio. É exigente, rude e disciplinadora e tem uma necessidade estranha de controlar tudo. Lucília Raimundo e Isabel Abreu não são nomes de tanto peso como os anteriormente falados. Nem por isso se coibem de ter grandes papéis. Isabel Abreu interpreta uma freira muito emotiva que se torna aliada à madre-superiora, embora partilhe mais dos princípios do padre, acabando por acusá-lo de actos ilícitos. A moça chora baba e ranho durante quase toda a peça (que, a bem ver, demora mais de duas horas).
No final, a emoção, quer da parte do público, quer da parte dos actores, paira no ar. As dúvidas deixam-se por ali ficar... e prosseguem.
Uma peça de suspense, que apela ao psíquico e que aconselho.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Emir Kusturica

O melhor show dos últimos anos aconteceu ontem no Coliseu do Porto. Boa música, grande presença, fantástica interacção com o público e também muito exibicionismo ou não fosse este concerto ser precisamente isso: uma bela exibição.
Emir Kusturica, realizador de renome conotado com Black Cat White Cat e Underground, entre outras obras cinematográficas, veio para apresentar o novo álbum Time of the Gypsies. Acompanhado da No Smoking Orchestra, como em todas as músicas que o fizeram tornar-se um marco na história da música, Kusturica deu tudo, sempre com bom humor e a sua forma singular de abordar a música. Unza Unza Time inaugurou um concerto que durou mais de 2 horas, mas Life is a miracle, Bubamara, Pitbull Terrier e Romeo and Juliet foram outros dos êxitos apresentados.
O vocalista, Nelle Karajlic, cantou, gritou, saltou, dançou, rebolou, riu e fez rir, passeou no meio da plateia, subiu às tribunas, representou, chamou meninas ao palco, dançou com elas e propagou muita energia. O calor levou-o a descascar-se cada vez mais e chegou mesmo a mostrar as suas alvas nádegas ao público entusiástico. Houve ainda lugar para os números circenses, para as espectaculares demonstrações humorísticas de formas impensáveis de tocar instrumentos.
No primeiro grande concerto do ano, o mais notório foi a imensa quantidade dos ditos “cotas” a assistirem - e mais! -, a dançarem tresloucados como a população mais jovem. Outro ponto de relevo foi a ausência de fumos derivados de cigarros ou algo mais. E fiquei na dúvida de se isso se deveu às novas leis do tabaco ou se ao facto de estar a actuar a No Smoking Orchestra. Tirarei as teimas num próximo grande concerto que está mais que visto que 2008 trará a Portugal. Ainda a procissão vai no adro e já se aguardam grandes nomes como The Cure (8 de Março), Portishead (26 de Março) ou Rage Against the Machine (10 de Julho).
Hoje será a vez de Lisboa receber os sérvios mais conhecidos do planeta no Coliseu, às 21.30 horas. Algum bilhetinho por aí perdido sem dono?

Infelizmente o som das minhas filmagens ficou péssimo, por isso deixo aqui uns links para momentos de concertos em outros países (diga-se que em Portugal estes momentos também aconteceram).

http://www.youtube.com/watch?v=44wADhoJlo8
http://www.youtube.com/watch?v=evn26Z7ltMs
http://www.youtube.com/watch?v=HGJOk8_xjJA
http://www.youtube.com/watch?v=8m553zFv1_I
http://www.youtube.com/watch?v=oeXsvHKf03U
http://www.youtube.com/watch?v=kk0g9RWy9m8
http://www.youtube.com/watch?v=6R7PEz8P7DI