domingo, 24 de agosto de 2008

Adeus Jogos Olímpicos

Pequim 2008 já terminou, dizem que com a pior prestação de sempre dos portugueses. Depois das duas desistentes, depois da frase já célebre "de manhã é para ficar na caminha", depois de um lutador Gustavo Lima deixar a modalidade da vela e da desilusão com os supostamente grandes Francis Obikwelu, Naide Gomes (embora tenham estes nomes estrangeiros) e outros como a Telma Monteiro(esta já com um nome mais tuga), nuns Jogos Olímpicos em que nem a nossa pentacampeã Vanessa Fernandes conseguiu o ouro e os portugueses ficaram geralmente classificados na segunda metade da tabela, acredito que tenha mesmo sido a nossa pior prestação de sempre.
E os portugueses reclamavam: "Tiram-me dinheiro para eles irem lá passear", "Se estão bem na caminha, então vão lá fazer o quê?", "Eles recebem demasiado dinheiro para isto...". Claro que toda a discussão abrandou quando a nossa última esperança, Nélson Évora, alcançou o primeiro lugar do pódium com os seus 17.67 metros no triplo salto. Foi por muitos apelidado de "Salvador da Pátria", nome com o qual eu não concordo. Concordaria com um "Salvador dos atletas olímpicos", isso sim. Apenas devolveu confiança aos portugueses e defendeu o bom nome dos atletas, mas não salvou a pátria de se afundar em Pequim. Fez tudo o que pôde e, embora esteja, sem dúvida, de parabéns, já vi Évora saltar mais longe.
Envoltos em polémica, estes Jogos Olímpicos, por sua vez, bem podem ser considerados uma grande desilusão. Não só para os portugueses, tão perdedores, como também para o resto do mundo. Fala-se em árbitros e júris com alguma tendência para favorecer a China. Houve a polémica com as idades das acrobatas chinesas. Isto já sem falar da fantástica ilusão de óptica na inauguração dos JO, que, afinal de contas, foi feita a computador. É estranho que haja tantas falcatruas alegadamente cometidas pela China.
Por isso, Portugal não foi o único país a perder. Fomos todos. Esta foi mais uma mancha no sinuoso percurso dos Jogos Olímpicos e não será apagada. Não pela prestação dos nossos atletas - se me pagassem para ir a Pequim fazer desporto, confesso que eu estaria mais interessada em ver as vistas do que em correr e saltar. Mancha inapagável na história, sim, porque cheira a farsa e porque vai contra os princípios básicos que originaram estes jogos: união, desportivismo e camaradagem. Não assistimos a um hino ao desporto, mas sim, das duas uma, ou a uma série de contestações de maus perdedores ou à corrupção do país anfitrião.

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