quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Já não posso mais

Estou farta de assistir a acontecimentos trágicos. Guerras, atentados, ataques terroristas, incêndios, cheias, tsunamis, sismos, pessoas desaparecidas, acidentes de viação, raptos, assassínios, assaltos, corrupção, pedofilia, tráfico de droga, crise financeira, crise de valores, aumento das taxas de desemprego, inflacção, aumento das desigualdades sociais, crimes puníveis por lei, demora na actuação judicial, incompetência governativa, guerrilhas entre indivíduos... Isto resulta em debates que nada resolvem, troca de ideias numa assembleia constituída por idiotas, desânimo, telejornais com duas horas de duração, necessidade de abstracção da realidade, retrocesso evolutivo, seres humanos mais estúpidos.
Por isso decidi que, neste blog, ao menos neste blog, vou começar a evitar assuntos desses, que já são tão batidos e que já não me provocam qualquer tipo de entusiasmo - é sempre a mesma coisa, salvo pequenos pormenores dos quais, esses sim, poderei falar.
A sério, neste momento apectecia-me acabar com todos os jornais noticiosos e com o jornalismo. Às vezes preferia ser mais ignorante, não saber nada sobre a actualidade nacional ou mundial, ou aliás, saber apenas aquilo que seleccionasse saber. Mas todos os dias sou invadida pelos mesmos temas, desenvolvidos até à exaustão, repetidos o mais possível, até conseguirem irritar toda a gente sem excepção. Agora é a moda da Casa Pia, do ataque na Índia, do Obama, da crise mundial, dos protestos dos professores. Chega! Dêem-me coisas novas! Quando estes acabarem, se nada de novo houver (há sempre o "novo" Natal, a "nova" passagem de ano, o "novo" mau tempo não sei onde), então volta-se a falar do PSD, do silêncio da Manuela Ferreira Leite, das novas propostas do governo, da neve que cai na Serra da Estrela, da estrada que foi inaugurada em Vila Nova da Rabona, de Vila das Couves que só tem 3 moradores ou da derrota do Manchester United que bateu o recorde de alguma coisa. Depois, vão buscar o senhor de Torres Belas que dedicou a sua vida a fazer chapéus e a Maria dos Prazeres que não encontra o filho que perdeu há 30 anos. Isto tem que mudar!! Isto apenas revela a incapacidade dos jornalistas portugueses para descobrirem notícias, pois se limitam a reproduzir notícias das agências, salvo um ou dois casos por dia. É por isso que não sei se estou na profissão certa. Que é do jornalismo de investigação em Portugal??? Onde estão as novidades nos jornais portugueses?

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