sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril

34 anos de liberdade, preconizados pelas altas governamentais... Não temos dúvidas de que Sócrates é um exemplo da liberdade que quisemos? E Guterres? E Durão Barroso? E o que se seguirá (seja ele quem for)?
Há quem diga que isto é por ciclos. Quando se alcança mais liberdade, as massas tendem a votar em regimes mais autoritários, que nos imponham mais regras, das quais teríamos, supostamente, tantas saudades, e que quando estamos num regime autoritário teimamos em querer o oposto novamente. Lamento não concordar... Depois de Salazar, será que já tivemos algum governo assim tão liberal? Depois do 25 de Abril, será que já alcançámos os ideais patentes na revolução?
A mim, parece-me que estamos a retroceder. Um senhor dum café falava ontem da censura a que ainda hoje estamos sujeitos e dizia que não tinha dúvidas quanto a um novo golpe de estado, não daqui a muitos anos. Há uns tempos atrás, um senhor de 60 anos dizia que estamos pior agora com Sócrates do que antes do 25 de Abril, com o regime Salazarista, e eu que não duvidasse disso.
Não vivi esses tempos inglórios. Não sou a melhor pessoa para falar. Pintam-me um quadro assustador dessa altura. Não sei como era (talvez por isso digam que a minha geração é rasca...). Mas duma coisa eu tenho a certeza: quando a revolução foi feita, não se pretendia que estivessemos assim em 2008.

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