quarta-feira, 2 de abril de 2008

Fátima é um lugar estranho

Estou em mais uma maravilhosa viagem de autocarro para Lisboa. Nunca tinha parado em Fátima assim sozinha e, talvez por isso, nunca tinha reparado nalgumas coisas.
O meu banco vinha todo virado para trás para eu poder dormir. Não o consegui em grande parte por ter fome. Já mais que tinha passado da hora do almoço quando parámos na terra dos pastorinhos, pelo que rapidamente pude sair para comer qualquer coisa. Entrei no cafézito e tinha quatro hipóteses de escolha: pacotes de batatas fritas, gelados, pasteis de bacalhau e panados. Não havia mais nada. Ora, tive que pedir que me fizessem uma sandes de panado, um panado rançoso, fininho e cheio de gordura, e um pão bem mais pequeno do que o normal. Custou-me 3 euros. 3 euros, meus amigos, não sei se ainda se recordam, mas são 600 escudos... Eu que me queixava dos pães com panado ali de Sete Rios... Aquele bife de perú gorduroso deve ter custado uns 80 cêntimos aos senhores do café e o pão uns 10 cêntimos, que fossem. Concluo que obtiveram um lucro a rondar os 2 euros. Foram triplicar o saldo da tia deles a Fátima, com certeza. E acho inacreditável! Esta Fátima sai cara.
Maio já se aproxima e, suponho que por isso, já vi alguns chinoquinhas, outros europeus, não portugueses, uma data de turistas. Será que foi por isso que me pediram 3 euros?
Seja... mas expliquem-me então mais esta. Já estávamos a retomar o caminho para Lisboa, já tendo passado por lugares como a Farmácia Fátima, o café Sabor Divino e um mote de coisas com nomes sempre alusivos à fé, à religião, a Cristo, a Fátima e ao divino. Nisto, vi um jovem em cadeira de rodas. Muito bem, mas expliquem-me por que é que ele estava a "andar" na via de trânsito, ainda para mais em contra-mão? Das duas uma - ou estava a fazer o "a pé a Fátima em cadeira de rodas" e ia ali no speed final ou então tem muita, mesmo muita, fé em Deus...

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