terça-feira, 10 de junho de 2008

10 de Junho

Dia de Portugal é todos os dias. Mas, já que insistem em ter este feriado, não é justo alguém, como eu, ter que trabalhar!!!
Amanhã, por exemplo, também é dia de Portugal, pois joga para o Euro... Também devia ser feriado? Pá... eu é que trabalho na mesma, não me aquece nem arrefece. Mas lá que dissessem "ah, hoje é o dia de Camões" (e é, não deixa de o ser), ok, é só um dia. Já "ah, hoje é dia de Portugal", quê, hoje Portugal recebe prendas? Não recebe, pois não?
Mas já que, segundo a minha teoria, o importante deste 10 de Junho seria o Camões, e não o Portugal, podiamos fazer também o "Dia de Fernando Pessoa", o "Dia de Eça de Queiroz" e os dias de Cesário Verde, Florbela Espanca, Sophia de Mello Breyner, Miguel Torga, Antero de Quental, Camilo Castelo Branco e para todos os autores portugueses, contando mesmo com o dia de José Luís Peixoto, de Miguel Sousa Tavares, de José Rodrigues dos Santos e até, porque não?, da Margarida Pinto Correia... Assim completariamos todo um calendário de 366 dias, repetiríamos alguns, e seria sempre o dia de Portugal em festa! Mas por que razão é que Camões é mais que os outros? Por ser zarolho e ter naufragado salvando apenas os seus "Os Lusíadas" (pudera, era o ganha-pão dele!) não é mais do que os outros! Ainda há tempos o José Rodrigues dos Santos foi para a guerra e deixou tudo no hotel. No meio dos tiros, salvou-se ele próprio e o material de reportagem, que, por acaso, era tudo o que ali tinha. Será que Camões não teria também, na altura do naufrágio, apenas o seu livro?
Ah! E eu também escrevo umas coisas. Não pode haver por aí nesse calendário um dia para mim?

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