domingo, 1 de junho de 2008

Manuela...

Manuela Ferreira Leite foi a escolhida pelos sociais-democratas para liderar o seu partido. Um marco na história política portuguesa, pois MFL é a primeira mulher a presidir a um partido português. Mas lamento que esta seja a única diferença.
Como sabemos, o sistema de rotatividade do governo é, digamos, quase... bipartidarismo. Ora, tendo em conta que PS ou PSD ganharão as próximas eleições, há que tentar estabelecer as diferenças de forma a perceber o que seria melhor para nós. Mas melhor não é nenhum, de certeza! Que será que Manuela Ferreira Leite faria de diferente de Sócrates? Mais privatizações, talvez, que ela é a mestre nessa área, o que não é bom para a manutenção da nação, arrisco-me a garantir, e o que, por si, não traz grandes vantagens nem grandes desvantagens num frente a frente com Sócrates, o mestre das desigualdades sociais em prol de um cofre maior na sua governação. São ambos frios, insensíveis, e obcecados com a economia. Obcecados em reduzir ao máximo as minha situação financeira, e a de cada um de nós em particular, para com isso conseguirem aumentar as finanças... de quem? Deles próprios, do erário público, de tudo aquilo em que podem meter as mãos.
Para votar, as pessoas vão pegar sobretudo nas suas diferenças físicas. Porque divergências ideológicas entre um e outro há muito poucas. Ou seja, que tipo de oposição pode ter as mesmas ideologias daqueles a quem se opõe? Será que podemos chamar isto de oposição ou será melhor considerarmos que, qualquer um que ganhe, vai dar no mesmo - uma maioria absoluta composta por dois partidos que se dizem diferentes, mas que são tão iguais que até os líderes pensam da mesma forma.
Instalou-se uma máfia por estas andanças. Não me admiraria se PS e PSD se unissem ou que fossem dois partidos que se dizem afastados um do outro, mas que são, no fundo, um mesmíssimo partido separado ilusoriamente.
Contudo, o voto em MFL foi meramente um voto estratégico. Não que ela não cause impacto no país! Pelo contrário! Causa! Aquela "fronha" austera não passa indiferente a ninguém... Mas a sua vitória assegurou mais tranquilidade ao partido. Se fosse Santana Lopes a ganhar, aí, o PSD tornar-se-ia um caso perdido. Não só tenho sérias dúvidas de que conseguisse aguentar o cargo até ao fim (não sei se se lembram de alguma coisa que este homem tenha levado até ao seu natural final), mas também me parece que a crise do PSD ficasse, agora sim, entranhada nas mais ínfimas malhas do PSD. Santana não é uma personagem consensual, é amada por muitos, mas, acima de tudo, odiada ainda por muitos mais. Passos Coelho, por sua vez, não tem o historial dos seus dois oponentes... Pertence à faixa mais liberal dos sociais-democratas, e por isso poderia demarcar-se um pouco mais do que MFL em relação a Sócrates. O problema é esse mesmo: ser mais liberal. A facção mais influente do PSD não é a mais liberal, pelo que não se sabe se Passos Coelho estaria realmente à altura de afastar discussões internas.
Agora, Sócrates (PM), Cavaco (PR) e Manuela Ferreira Leite (representante maior da oposição) passam a ser o triângulo-mor da governação em Portugal. Epá... encontrem, por favor, diferenças relevantes entre eles... estou muito assustada! Mas agora só gostamos de ditadores?

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