quarta-feira, 25 de junho de 2008

Código do Trabalho

Leis, mais leis, mais leis, mais leis. Qual é o objectivo? A revisão do código do trabalho poderia ser uma coisa boa.
Para mim, que sou pobrezinha e recebo dinheiro da minha mãe para poder colmatar o mínimo necessário à sobrevivência, não é mau de todo. Neste momento... Não tenho como objectivo depender do ordenado de outrem eternamente! Um dia quero ganhar dinheiro suficiente para sobreviver. E se quiser constituir família? Ter filhos? Isso pressupõe ainda mais dinheiro! Agora, se o novo Código do Trabalho pressupõe que trabalhar mais significa descontar mais dinheiro para uma Segurança Social que não é de confiança, as coisas mudam. A primeira coisa que ocorre neste momento aos trabalhadores a recibo verde é, certamente, se devemos arriscar e não pagar a Segurança Social. A segunda coisa é se compensa trabalhar mais, uma vez que o dinheiro que conseguíssemos receber a mais iria quase directo para a Segurança Social. Segurança Social é só o nome, mesmo. Qual Segurança? Ah! Social? Se há coisa que nos dias de hoje não existe é Segurança Social, mas ok, continuamos a pagar por uma coisa que não temos. Segurança Social, essa só pode ser para rir.
Ora, os resultados da aprovação deste novo Código serão desastrosos neste ponto, como é óbvio. Em vez de motivar os portugueses para o trabalho, vai demovê-los de terem mais rendimentos. Os pobres não conseguirão ficar mais ricos, a não ser que, pouco provavelmente, se vença o crime dos recibos verdes. Os da classe média vão ficar mais pobres e vão começar a trabalhar menos, sendo que podem trabalhar menos para obterem o mesmo dinheiro. Os ricos, como sempre, passarão imunes à polémica das leis laborais.
Ao mesmo tempo que implanta políticas de incentivo à natalidade, o governo esquece-se que está a implantar políticas de incentivo à emigração. Há uma série de incoerências na política praticada por Sócrates e seus capangas. Umas decisões são "para inglês ver". Outras fazem um mix, com aspectos positivos e aspectos negativos, de forma a que as pessoas fiquem um bocado confusas a tentar perceber se aquilo é bom ou mau, embora, na verdade, acabemos por ficar na mesma, enquanto Sócrates pode dizer, mais tarde, na sua campanha, "melhorámos isto, isto e isto". Outras, são, de facto, decisões terríveis, mas são sempre abafadas por outros acontecimentos de que o governo faz questão de se vangloriar.
Às vezes, olho para Sócrates como o "Tio Patinhas". Só falta saltarem-lhe dos olhos cifrões e, por conseguinte, petróleo. Não é só ele. Bush, Sarkozy, Chavez, todos os grandes senhores da política mundial, independentemente da facção partidária a que pertençam. Será que eles têm em casa um compartimento com uma piscina de euros?
Só falta andarmos todos a bajulá-los, pedindo um eurito "por favor". Não estamos muito longe disso. Tirando a parte do bajular, é isso mesmo que acontece. Irrita-me mesmo ser a Ferreira Leite a maior oposição ao Partido Socialista. Ela pensa exactamente da mesma maneira que Sócrates! E, crise instalada na Europa, nada vai mudar para melhor, a não ser que deixemos a crise incontrolável passar e começarmos a ter mais condições sociais. Ao menos alguma coisa em que é possível melhorar para já...
Todos os dias se ouve falar de dinheiro, petróleo, crise, afundamento financeiro, aumento de preços, más condições sociais, crimes, pessoas que perdem a cabeça, acidentes, tragédias sem fim. Tenho o sonho de conseguir presenciar um dia em que, vá, basta, 50% das notícias seja com coisas positivas da vida. Porque o mais fácil é ir à tragédia buscar informação noticiosa. Já se sabe que prende os leitores/ouvintes/telespectadores. Mas as coisas muito boas também prendem. Estão é escondidas num buraco muito profundo, muito longe daqui! Digam lá se não vos fazia ter um dia em cheio se a vida fosse linda, cheia de coisas boas para dar nas notícias?

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